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bem-

A forma bem-pode ser[adjectivo de dois géneros e de dois númerosadjetivo de dois géneros e de dois números], [advérbio], [elemento de composição], [interjeição], [nome masculino plural] ou [nome masculino].

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bem-bem-


elemento de composição

Entra na composição de várias palavras e significa bem, de maneira excelente. (É seguido de hífen quando o segundo elemento começa por vogal ou h, ou então por consoante, mas esta em perfeita evidência de sentido.)

etimologiaOrigem etimológica:latim bene, bem.
bembem


nome masculino

1. O que é bom, lícito e recomendável (ex.: fazer o bem).MAL

2. Conjunto de benefícios ou de coisas que provocam consequências positivas (ex.: percebo que isto será para o meu bem). = PROVEITO, VANTAGEMDANO, DESVANTAGEM, MAL, PREJUÍZO

3. Situação agradável do corpo e do espírito; situação de conforto ou de satisfação (ex.: foi um bem para nós; estes dias de descanso fizeram-lhe bem). = BEM-ESTARMAL-ESTAR, SOFRIMENTO

4. O que abona; conjunto de qualidades positivas (ex.: só consigo dizer bem dessa empresa).MAL

5. Pessoa querida ou amada (ex.: você já vai sair, bem?). = AMOR, QUERIDO


advérbio

6. Como é devido; como é conveniente ou apropriado (ex.: se trabalharmos bem, acabamos amanhã; a questão foi bem resolvida). = DEVIDAMENTEINCONVENIENTEMENTE, INDEVIDAMENTE, MAL

7. De modo agradável ou harmonioso (ex.: cheira bem; o anfitrião trata muito bem os visitantes).MAL

8. De maneira que satisfaz (ex.: a entrevista correu bem; estou bem instalada).MAL

9. Com saúde (ex.: esteve no hospital, mas agora já está bem).MAL

10. De modo intenso ou em grau elevado (ex.: choveu bem esta noite; ele é bem falador). = BASTANTE, EXTREMAMENTE, MUITOPOUCO

11. Com precisão ou certeza (ex.: sei bem qual é o problema). = EXACTAMENTE, PRECISAMENTE


adjectivo de dois géneros e de dois númerosadjetivo de dois géneros e de dois números

12. [Informal] [Informal] Que é relativo a ou considerado como pertencente a uma classe social elevada.


interjeição

13. Usa-se para exprimir apoio ou concordância.

14. Expressão usada quando se quer encerrar um assunto ou introduzir um novo (ex.: bem, vamos embora). = BOM

bens


nome masculino plural

15. Conjunto de haveres ou propriedades.


a bem

De livre vontade e sem litígio (ex.: resolvemos tudo a bem).À FORÇA, A MAL

bem como

Usa-se para indicar que algo se faz ou acontece da mesma forma que ou à semelhança de; e também (ex.: explicou detalhadamente o evento, bem como as funções de cada interveniente). = ASSIM COMO

bem comum

Direito ou benefício colectivo ou quem contribui para o bem-estar colectivo.

bem de capital

[Economia] [Economia]  Bem que serve para produzir outros bens, em especial bens de consumo (ex.: uma máquina industrial é um bem de capital). [Mais usado no plural.]

bem de consumo

[Economia] [Economia]  Bem que se destina à satisfação de uma necessidade imediata (ex.: um automóvel é um bem de consumo). [Mais usado no plural.]

bem de produção

[Economia] [Economia]  Bem que é usado na produção de outros bens (ex.: as matérias-primas e os equipamentos para as transformar são bens de produção). [Mais usado no plural.]

bens adquiridos

[Direito] [Direito]  Os granjeados durante o matrimónio.

bens de raiz

[Direito] [Direito]  Prédios rústicos ou urbanos.

de bem

Que tem boa índole; que é correcto, honesto, honrado (ex.: pessoa de bem).

mandar bem

[Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Fazer algo com excelência, qualidade ou sucesso. = ARRASAR

se bem que

Usa-se para introduzir uma frase subordinada e indica oposição a uma outra ideia exposta, mas que não é impeditiva (ex.: a intenção é boa, se bem que não resolve o problema; se bem que contenha riscos, a proposta é interessante).

trocar de bem

[Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Fazer as pazes.

etimologiaOrigem etimológica:latim bene.
Confrontar: nem.
Colectivo:Coletivo:Coletivo:espólio, fazenda, património, pecúlio.
Ver também resposta à dúvida: comparativo de superioridade: melhor e mais bem.

Auxiliares de tradução

Traduzir "bem-" para: Espanhol Francês Inglês


Dúvidas linguísticas



Como deve ser escrito o nome da ferramenta usada para retirar polia de um eixo: sacapolia, saca-polia ou saca polia?
A grafia correcta, apesar de não se encontrar registada em nenhum dos dicionários por nós consultados, deverá ser saca-polia, por analogia com outras palavras formadas a partir de saca, forma do verbo sacar, que significa “extrair, tirar”: saca-bocado(s), saca-molas, saca-rolhas, etc. Esta grafia é também justificada pela tendência para hifenizar compostos do tipo verbo + substantivo, como abre-latas, bate-boca, cata-vento, guarda-chuva, porta-bandeira, etc.



Sou portuguesa e trabalho com colegas brasileiros e sei que eles escrevem Bahia, Cingapura e Irã quando eu escrevo Baía, Singapura e Irão. Não tenho ouvido falar destes casos quando se fala do novo Acordo Ortográfico. Como é que fica agora?

Alguns topónimos têm tradicionalmente grafias ou pronúncias diferentes na norma europeia e na norma brasileira. É o caso, por exemplo, de Amesterdão, Bagdad ou Bagdade, Gronelândia, Havai, Jugoslávia, Madagáscar, Madrid, Médio Oriente, Moscovo, Vietname na norma europeia, que correspondem usualmente a Amsterdã, Bagdá, Groenlândia, Havaí, Iugoslávia, Madagascar, Madri, Oriente Médio, Moscou, Vietnã na norma brasileira. É aqui que se inserem também os topónimos Baía e Irão, mais usuais no português de Portugal, e Bahia e Irã, mais usuais no português de Brasil.

Em geral, o novo Acordo Ortográfico de 1990 não se pronuncia em relação a topónimos (nomes de lugares) ou outros nomes próprios, pois trata-se de uma questão lexical e não ortográfica, a não ser que se trate de um padrão ortográfico específico previsto numa das bases do Acordo (ex.: Castanheira de Pêra, Côa, Tróia). Por este motivo, estas diferenças não são resolvidas e deverão manter-se com a aplicação do Acordo.

O caso de Singapura/Cingapura parece ser diferente, apesar de ter sido também, até ao Acordo Ortográfico de 1990, um caso em que a tradição lexicográfica (isto é, o registo em dicionários e vocabulários) portuguesa e brasileira divergia.
Esta divergência vinha pelo menos do Acordo Ortográfico de 1945 (que o Brasil não aplicou), onde se pode ler, na Base V, "[...] 3.° Distinção entre as sibilantes surdas s, ss, c, ç e x: ânsia, ascensão, aspersão, cansar, conversão, esconso, farsa, ganso, imenso, mansão, mansarda, manso, pretensão, remanso, seara, seda, Seia, sertã, Sernancelhe, serralheiro, Singapura, Sintra, sisa, tarso, terso, valsa [...]" [sublinhado nosso]. Anos antes, em 1940, era Cingapura a forma registada no Vocabulário da Academia das Ciências de Lisboa, considerada "grafia preferível a Singapura". A explicação para a alteração preconizada pelo Acordo de 1945 é dada por Rebelo Gonçalves, no seu Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa (Coimbra: Atlântida - Livraria Editora, L.da, 1947, p. 41, nota 4): "Se bem que o Vocabulário da A. C. L. tenha registado a escrita com c, Cingapura, fundando-se na preferência que lhe dão filólogos do nosso tempo (entre outros, Cândido de Figueiredo, Novo Dicionário, "Apenso Geográfico"), não nos repugna, antes pelo contrário, que na Base V do Acordo Ortográfico se haja preferido Singapura. A verdade é que se a escrita com c tem abonação de Barros, Camões, Castanheda (Cincapura), Mendes Pinto (idem), a escrita com s ocorre também em escritores antigos, como Galvão (Sincapura), Couto (idem), Godinho de Herédia (idem), Bocarro (Sincapur); é a que se torna corrente do século XVIII em diante [...]; e tem a vantagem, decerto apreciável, de não destoar das formas correspondentes de outras línguas modernas."

O Acordo Ortográfico de 1990, aceite pelos dois países, viria, aparentemente, pôr fim a esta divergência, uma vez que esta parte do texto legal é quase igual à de 1945: "[...] 3.º Distinção gráfica entre as letras s, ss, c, ç e x, que representam sibilantes surdas: ânsia, ascensão, aspersão, cansar, conversão, esconso, farsa, ganso, imenso, mansão, mansarda, manso, pretensão, remanso, seara, seda, Seia, Sertã, Sernancelhe, serralheiro, Singapura, Sintra, sisa, tarso, terso, valsa [...]" [sublinhado nosso]. É então referida explicitamente a forma Singapura, mas o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) da Academia Brasileira de Letras (São Paulo: Global, 2009, 5.ª ed.; versão em linha em http://www.academia.org.br/nossa-lingua/vocabulario-ortografico [consultado em 2016-05-05]) regista os gentílicos cingapurense e cingapuriano, a par de singapurense (note-se que este vocabulário não regista nomes próprios). Este facto parece ter condicionado a manutenção das variantes com c em alguns dicionários com a aplicação do Acordo Ortográfico, nomeadamente o Dicionário Priberam, uma vez que o VOLP é considerado a obra de referência para o português do Brasil, fazendo com que as duas variantes (singapurense e cingapurense) sejam aceitáveis no português do Brasil, mesmo depois da aplicação do Acordo Ortográfico.

Deve referir-se que esta não é a única opção que decorre da publicação do VOLP e não da aplicação do Acordo Ortográfico; veja-se, sobre este assunto, o que é dito nos Critérios da Priberam relativamente ao Acordo Ortográfico de 1990 (português do Brasil).